A Mediocridade Impera: Faça o Básico e será Top 1%

Publicado por Homero Carmona em

Infelizmente, no mundo corporativo e em outros ambientes a porcaria da mediocridade impera. É impressionante como a grande maioria das pessoas não faz nem o básico.

Muitas vezes eu vejo as pessoas imaginando que as coisas boas, as promoções, o “sucesso” só vem para os excepcionais… Mas excepcionais, são, como sugere o nome, a exceção, são os acima da média. Honestamente, 18 anos no mundo corporativo, fui promovido e vi muitas promoções. A maioria das pessoas promovidas ou com sucesso, eram exatamente como eu: “comuns”, com nada de excepcional. Elas faziam (e fazem) o BÁSICO, quiçá só um pouquinho mais.

Mas o que é “o Básico”?

Algumas ações “básicas” para escapar do Imperativo da Mediocridade

Infelizmente eu não tenho manual, não virei mentor, nem coach, nem influencer de nada. Posso compartilhar aqui aprendizados, minhas experiência e um ponto de vista. Espero que possa ser útil 🙂

Se não está bom, fale para a pessoa, não para outro

Quando eu entrei numa empresa anos atrás, eu tinha um chefe que eu poderia chamar de “difícil”. Temperamento eventualmente explosivo. O dia a dia nem sempre era fácil.

Ao mesmo tempo, eu percebia que ele era um cara muito inteligente, influente e com boa intenção. Como qualquer pessoa, tinha pontos bons e ruins.

Eu, humildemente, fazia um bom trabalho em separar isso. Tinha dias que era mais difícil, tinha dias que era mais fácil. Porém, eu tentava sempre buscar o copo meio cheio e quando mais eu fiz isso, mais o copo encheu.

Era comum ver meus colegas se juntarem no café para falar mal dele, eu usualmente saía de cena. O que fez com que aquelas situações em que o chefe chega e todo mundo cala (quase) nunca tivesse minha presença.

Quanto mais eu trabalhava para encher o copo, mais a minha relação com ele se estreitava (não a toa somos amigos hoje). E também, quanto mais a gente se aproximava, mais o “calor” aumentava nas discussões. Como diz o ditado: “intimidade é uma m*rda”.

Conforme isso acontecia, mais as pessoas vinham até mim para falar mal dele “como você aguenta?”. Era simples, eu estava ali para extrair o máximo das coisas BOAS dele, as ruins, eu “ignorava” o máximo que podia. Realmente não era algo para “qualquer um”, não era simples se manter calmo as vezes, mas para mim era tolerável em função do que eu estava aprendendo.

Aí entra o básico: saiba o que é o tolerável na relação com as pessoas e procure focar nas coisas boas. Se não estiver bom, tente resolver COM ELA. Se não tiver como resolver, PROCURE OUTRO LUGAR… PROCURE OUTRA PESSOA!

Diga não

Mas que coisa estranha. Por que alguém assume uma responsabilidade ou um prazo que sabe que não consegue resolver ou atender a data?

Diga a verdade: “olha, acho que não vai dar” ou então “olha, para isso acontecer deste jeito e neste prazo, preciso de ajuda”.

Não pode ser tão difícil! O mundo corporativo e a vida como um todo são cheios de contradições e exigências sem sentido, muitas vezes elas saltam aos olhos. As vezes, quem pede NÃO SABE que é impossível ou muito arriscado, por isso você precisa dizer que não vai dar certo.

Diga Não à Mediocridade
Diga Não à Mediocridade – Isaiah Rustad on Unsplash

Não interessa se quem pediu foi o Gerente, o VP ou o Cliente. Muitas vezes, você vai falar “não dá” e vão falar para você fazer mesmo assim. Em várias situações, você vai ver que você estava enganado. Em várias outras, vai ficar claro que o demandante estava enganado.

Isso é o Básico: A ideia no final das contas não é dizer “eu avisei”. A ideia é trazer a sua visão das coisas e garantir que a pessoa está considerando todos os riscos, impeditivos e possibilidades.

PS: para não perder a piada, as vezes é bem gostoso dizer “eu avisei” =oP

Não deixe ninguém com a “bunda na janela”

Esse aqui é quase uma continuidade do dizer não…

Amigo: você tem um compromisso, para sexta-feira. Na segunda, você acha que tem risco de atrasar. Você avisa e pede ajuda. Na terça, o risco continua lá: você avisa e pede ajuda. E assim sucessivamente.

Não deixa o time e seu chefe vulneráveis, eles não podem ser o último a saber! Eles precisam saber o quanto antes e depois o tempo todo!

O básico: manter as pessoas mais interessadas o mais bem informadas possível. A pegadinha vai ser você fazer isso sem gerar alarde fora de proporção.

Respeite e, exija respeito, igualmente para cima, para o lado e para baixo

Ao contrário do que parece, a pessoa que “enfrenta” o líder, é quem mais é respeitada. A questão é enfrentar as pessoas SEMPRE de maneira respeitosa.

Dependendo do assunto, discordar em grupo está tudo bem. Dependendo do assunto, só no privado. Bom senso neste caso é o básico.

Enfim…

Para dar um exemplo beeeeeeem bobo que eu vivenciei em todas empresas que trabalhei e ouvi de quase todas as pessoas que conheço, em especial de quem trabalha em empresa grande e prestador de serviços.

Não é porque você é cliente, CEO, VP ou o raio que o parta que você tem passe livre para chegar atrasado nas reuniões sem avisar. Ao mesmo tempo, ninguém está livre, nem o CEO, nem o estagiário. Se for chegar atrasado, avise o quanto antes! O QUANTO ANTES! Raríssimas são as situações que está tudo bem atrasar, mais raras ainda são as situações que você vai se atrasar por uma situação que você não consegue nem avisar!!! Nestas situações excepcionais, respeito será ter compressão e acolher o indivíduo.

Para mim, a premissa que é comum no mundo corporativo que dá aval para Líderes deixar times esperando é que a hora dele é mais cara. Não está escrito e ninguém vai assumir, mas este é o fato. Quem tem dinheiro, tem poder. Sente-se e cale-se.

O mais bem pago da Mesa
O mais bem pago da Mesa – Andrea Piacquadio no Pexels

Porém eu discordo diametralmente. O tempo da minha vida, seja eu estagiário, fornecedor ou alto executivo, tem EXATAMENTE o mesmo valor. Por que sua vida vale mais que a minha? Não vale! Nem o contrário.

Ao mesmo tempo, essa estrutura “semi-velada” de quem quem ganha mais pode atrasar porque é a hora mais cara, é absurda. Por que normalmente quem ganha mais “não faz nada”, e atrasar reuniões com várias pessoas executoras é a forma mais eficiente de rasgar dinheiro da organização.

E o que o enfrentamento que falei no começo tem a ver com tudo isso? Não importa quem atrasou na sua reunião, deixe claro que ela está errada. Cancelando a reunião a depender do atraso. Enviando uma ata deixando claro que ela não estava presente e fez falta. Falando diretamente.

O básico: chegue no horário, não importa o público. Chegue no horário, se não, informe, peça desculpas. Enfim, respeite e exija respeito!

Por fim: a Mediocridade Impera, porque nem o básico é cumprido

Respeito. Dizer não para o que não é possível. Lealdade com franqueza. Senso de comunidade e empatia. Terminar o que começa.

Isso, na minha experiência, te faz estar muito acima da mediocridade que impera por aí. É muito blá blá blá:

Chega de Bla bla bla
Chega de Bla bla bla – Peggy und Marco Lachmann-Anke from Pixabay
  • Pessoal falando que você tem que ser o máximo, que tem que fazer diferente a maioria etc.;
  • Pessoa fala que vai fazer algo, tirar um projeto do papel, e nunca dá o primeiro passo (ou deixa morrer no segundo);
  • Todo mundo querendo achar a sua falha em vez de exaltar suas qualidades;
  • “Se você não fizer isso, vai ficar para trás”. Sério mesmo que tem que ser igual a todo mundo para chegar em algum lugar?
  • Hipocrisia atrás de hipocrisia.

Vamos parar de falar de entregar, de respeitar, de agir com empatia e começar a fazer. Pronto, acima da mediocridade, top 1%.

E aí, discorda? Que bom, comente 🙂

Categorias: Carreira

3 comentários

Rodinei · 19/07/2021 às 05:36

Fantástico tanto no conteúdo quanto na forma. No final do dia são valores que extrapolam e muito o âmbito “somente” profissional.

Obrigado Homero!

    Homero Carmona · 23/01/2022 às 22:13

    Fala Rodinei, muito obrigado pelo comentário!! Saudações!!

    abraz,
    Homero

A Revolução do Proletário Que Faz a Diferença - Por Outro Lado · 31/08/2021 às 00:29

[…] ousaria perder os seus melhores funcionários para garantir que você tem os seus piores sob os seus […]

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